O vinho tem sido um símbolo de luxo e sofisticação por séculos,
e o Brasil não é estranho a esta bebida de renome mundial.
Por Natalia Langsdale
Maio, 2023
Apesar de ser um recém-chegado em comparação com as regiões vinícolas do velho mundo, como França e Itália, o Brasil se destacou na indústria do vinho com sua mistura única de história, cultura e inovação.
Desde as primeiras videiras plantadas pelos colonizadores portugueses no século 16 até as vinícolas modernas que produzem vinhos premiados, a indústria do vinho no Brasil percorreu um longo caminho.
E como os amantes do vinho buscam novas experiências, a cena do vinho no Brasil tornou-se um destino obrigatório para quem busca explorar o mundo do vinho.
Mas e aqueles que querem desfrutar de sua safra favorita enquanto navegam em um luxuoso superiate? Não tema, enquanto nos aprofundamos nas complexidades de armazenar vinho em um superiate, graças ao conselho especializado de Maria Amaral da Kwevris, você descobrirá alguns fatos sobre como garantir que seu vinho permaneça em perfeitas condições enquanto navega em alto mar.
Q. A história do vinho no Brasil começou em 1531 quando Martim Afonso de Souza foi escolhido para uma expedição colonizadora e trouxe as primeiras vinhas cultivadas em terras brasileiras. Em 1532, o português Brás Cubas tornou-se o primeiro viticultor do Brasil. Quais são as especificidades dos vinhos no Brasil?
A. - Foi sim, quando Martim Afonso de Souza foi escolhido para uma expedição colonizadora e trouxe as primeiras vinhas cultivadas em terras brasileiras. Em 1532, o português Brás Cubas tornou-se o primeiro viticultor do Brasil.
O Brasil é um imenso país de dimensões continentais, com condições climáticas e geográficas contrastantes e distintas. Estamos localizados entre os paralelos 30 e 50 do Hemisfério Sul. Com produção vitivinícola em 03 macrorregiões, com características próprias, e tipicidades específicas, tornam essas regiões únicas.
São regiões que variam de clima subtropical temperado e úmido (regiões Sul e Sudeste), passando por clima tropical semiárido (região Nordeste), até uma região de cultivo recente, com clima variando de subtropical a tropical de altitude, cujos vinhedos localizam-se entre 600 a 1200 metros de altitude, chamados de vinhos de inverno.
Desta forma, a qualidade, tipicidade e especificidade nestas regiões são enormes. A diversidade do "terroir" brasileiro tem nos dado reconhecimento em nossos produtos.
Divisor de águas, em 1990 houve uma modernização no cultivo e produção do vinho brasileiro, bem como a entrada de investimentos no setor. Em 2002, a região do Vale dos Vinhedos conquistou sua primeira Indicação Geográfica (I.G.), e em 2012 conquistou sua primeira Denominação de Origem (D.O.).
Q. A produção de vinho no Brasil cresceu desde o século XVI. Porém, em 5 de janeiro de 1785, a rainha Dona Maria I proibiu qualquer atividade fabril na colônia, inclusive a vinificação. Só em 1808, com a chegada da família real portuguesa, é que as práticas de fabrico voltaram a ser permitidas. Quais são alguns dos vinhos brasileiros mais conhecidos hoje?
A. - Sim, é verdade. A corte portuguesa proibiu a vinificação no Brasil em 1789, só retornando em 1808.
Acho importante, neste ponto, não citar apenas um nome de vinho ou vinícola, mas destacar: as conquistas alcançadas com Indicação Geográfica (I.G.) e Denominações de Origem (D.O.); o factor humano com a sua determinação, paixão, paciência e energia, aliado à diversidade de micro-climas, solos - os nossos "terroirs" - que através da gestão das vinhas e das práticas vitivinícolas, são fatores que têm colaborado para o fortalecimento da viticultura brasileira, como prova das identidades e especificidades do país.
Q. O sucesso dos espumantes brasileiros é tão grande que em 1973, a grande fabricante Möet & Chandon viu o potencial do Brasil e começou a investir na produção de espumantes no Brasil. O brasileiro prefere mais espumante ou outro vinho?
A. - Vale ressaltar aqui que a partir de 1970, vinícolas multinacionais como Moet & Chandon, Martini & Rossi e Heublein se estabeleceram na Serra Gaúcha trazendo equipamentos de alta tecnologia e modernas técnicas de viticultura. Implementação de um programa para incentivar os produtores da Serra Gaúcha a modificar o sistema de plantio. Eles estimularam a produção de cepas de vinho, dando um grande salto qualitativo no vinho brasileiro que hoje, apesar da diversidade de solo e clima, possui padrão de qualidade internacional.
No início, o espumante brasileiro era muito consumido em datas comemorativas, principalmente nos meses de verão. No entanto, esse hábito mudou, e podemos notar uma maior adesão ao consumo de espumante em diferentes ocasiões, principalmente pelo público feminino.
"Como resistir à sua frescura e ao barulho das pequenas bolhas?"
O BRUT é um tipo de espumante muito apreciado, por ter um estilo seco, sem perder o frescor. Mas, os rosés também são muito apreciados, principalmente pelo leve amargor no final que ajuda a refrescar o paladar.
Q. Em 2012 esse Brasil ganhou sua Primeira Denominação de Origem: D.O. Vale dos Vinhedos. A classificação para espumantes e vinhos finos produzidos nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul no Rio Grande do Sul segue uma série de requisitos pré-estabelecidos. Eleito em 2020, o espumante 130 Blanc de Blanc da Casa Valduga ficou em 1º lugar em um concurso em Paris chamado Vinalies Internacionales. Em 2021, o Brasil bateu o recorde de vinhos vencedores no The International Wine Challenge, em Londres, com 55 distinções, incluindo duas medalhas de prata, 22 de bronze e 31 menções honrosas. Em 2022 esse número aumentou. Na 19ª edição da Decanter, o Brasil conquistou 75 medalhas, sendo 16 de prata e 59 de bronze. Como você vê o futuro dos vinhos brasileiros e se haverá mais aceitação internacionalmente?
A. - Apesar do vinho brasileiro ser considerado, dentro da escala da produção mundial de vinhos, como um país pertencente ao "Novo Mundo", a questão é que nossos "terroirs": climas, solos; manejo da vinha e práticas de vinificação; aliado a um trabalho contínuo, como a descoberta e valorização das identidades, tipicidades e especificidades das castas, tudo isto tem potenciado o aumento cada vez maior da qualidade do produto final, dando maior visibilidade e crescente reconhecimento mundial ao vinho brasileiro e espumantes.
Q. Agora para algo interessante. Descreva o ambiente para vinho a bordo de iates e quais soluções são necessárias para otimizar sua guarda? Com o movimento e a salinidade do mar, afeta o vinho?
A. - Eu adoro falar sobre isso. Pois, é tão importante saber que, quando os vinhos e espumantes são armazenados em uma adega devidamente climatizada dentro do iate, características como complexidade, aroma, sabores e qualidade são preservadas.
O movimento, a nível molecular, faz com que os taninos responsáveis pela estrutura do vinho se agrupem mais rapidamente, perdendo a qualidade e as características do vinho.
Como regra geral, deve também aplicar-se a vinhos jovens de boa qualidade e autenticidade, para consumo imediato, quando armazenados em local adequado, asseguram um correcto envelhecimento e pico, especialmente nas estações quentes do ano.
Por fim, o treinamento e a atualização ajudarão a tripulação a conhecer as condições ideais de armazenamento, como temperatura e posição das garrafas, além de conhecimentos para harmonização e consumo de vinhos.
Q. Kwevris é uma derivação inteligente de grandes vasos de barro usados para a fermentação, armazenamento e envelhecimento do tradicional vinho georgiano. Qual foi a importância de empregar esse simbolismo para sua empresa e para o mercado que você está alcançando?
A. - A Kwevris, desde o seu início, pretende atuar em áreas ainda pouco exploradas no mercado vitivinícola.
Como o vaso de barro georgiano, criado e fabricado para uma tarefa específica e ousada, desafiou o status quo da época, com imaginação e criatividade, assim é Kwevris.
Com o objetivo de entregar, por meio de novas estratégias, soluções inovadoras para o mercado náutico e de vinhos finos brasileiros, buscando gradativamente transformar algo comum em extraordinário.
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